Incluir os cosméticos naturais na sua rotina de autocuidado pode te exigir um pouco de paciência porque a quantidade que usamos geralmente é bem menor do que a quantidade utilizada da maioria dos cosméticos do mercado e a sensação após o uso pode ser bem diferente. Isso pode gerar um desconforto inicial e apesar dos resultados de boas formulações, bem equilibradas, serem percebidos tão ou mais rápido que as formulações mais comuns, pode ser que você precise de alguns usos até observar os primeiros resultados. Depois disso, dificilmente você vai querer retomar os antigos hábitos.
Um outro aspecto é a necessidade de pesquisar para desenvolver um olhar mais apurado sobre os rótulos dos produtos, avaliando o discurso das marcas através das informações contidas ali. Neste ponto é importante também diversificar as fontes de pesquisa, principalmente na internet, para ir além dos textos e fórmulas amplamente replicados. Existem empresas certificadoras e bancos de dados de organizações como o Environmental Working Group’s (ewg.org) que possuem informações a respeito das diversas matérias primas presentes nos cosméticos, arquivos de estudos realizados e em andamento sobre elas, além de restrições de uso.
A recomendação geral é fazer o teste de toque, aplicando uma pequena quantidade do produto na parte inferior de um dos pulsos para verificar se você tem alergia a algum dos ingredientes. Caso não observe nenhuma reação, comece a utilizar aplicando bem pouquinho e vá aumentando a quantidade aos poucos. Deste modo você vai descobrir a dose certa para você. A maioria das nossas formulações não leva água (isso permite criar produtos artesanais com prazos de validade maiores) e nesses casos é importante entender a quantidade que vai te trazer os resultados mais satisfatórios.
As matérias primas naturais não são compostos isolados e sofrem variações na concentração e na composição a depender das condições do plantio, da colheita, do armazenamento e outros fatores. Apesar de ser possível descrever as substâncias presentes e suas interações, é mais difícil generalizar os efeitos. Para ter uma ideia, aqui em casa usamos de 1 a 3 gotinhas de sérum e é o suficiente, mas algumas pessoas se sentem melhor com 6 ou com 12, variando com a oleosidade de pele, o período de uso e o resultado esperado.
Um exemplo interessante de transição é a dos shampoos. Os mais comuns do mercado são os que levam sulfatos pesados e fazem uma espuma abundante passando a sensação de que é dali que vem a limpeza. Eles realmente limpam, e todo tensoativo (ou surfactante) faz isso em maior ou menor escala, mas alguns, como o famoso e difundido Lauril Sulfato de Sódio, limpam até demais, carregando com poucas lavagens desde as camadas mais externas de proteção dos cabelos às mais internas e inclusive a melanina, responsável pela cor dos fios. Você vai encontrar no mercado shampoos sólidos e líquidos artesanais com espuma abundante, macia e também sem espuma, com poder de limpeza semelhante, maior durabilidade e tensoativos mais leves. Os que menos causam esse efeito de arrasto das estruturas capilares são os tensoativos não-iônicos, geralmente encontrados em formulações líquidas. É preciso ter em mente que até mesmo a água degrada a estrutura dos fios, portanto, o uso dos tensoativos serão sempre uma escolha e nós esperamos que você queira fazer as melhores para você e para nosso planeta.
Os shampoos aqui da Uapé são sólidos, rendem bastante e são feitos com tensoativos aniônicos biodegradáveis, que são mais leves que o Lauril e produzem uma boa espuma. Se quiser conferir as opções disponíveis, clique aqui!
Se você gosta de saber o que está consumindo, vai encontrar nos cosméticos naturais um universo multifuncional já que as matérias primas de origem vegetal tem propriedades para a pele e também para os cabelos. Uma das nossas clientes não se deu bem com o sérum Iborá, começou a usar nos cabelos e adorou o resultado. Recebemos também relatos de clareamento de manchas, uniformização da pele e até atenuação de queloides pelo óleo corporal Aracy. Já deram até uma provadinha na bomba de sais Curimbaba achando que era de comer, mas aí já não vai funcionar, certo? Não pode comer! Estamos combinadas. 🙂
Seja paciente, siga a regra de começar aos pouquinhos e ir aumentando a quantidade e vai ser difícil você errar. Se observar os efeitos e decidir que o produto não é adequado para você, ainda pode presentear uma pessoa querida que você acha que vai se dar bem ou pesquisar sobre os ingredientes e fazer um uso diferente. Mas lembre-se sempre, que o uso cosmético dos produtos tem como objetivo os cuidados com a beleza e a higiene pessoal. O diagnóstico e tratamento de enfermidades deve ser feito por uma profissional. Procure sempre uma especialista da área, que vai te indicar e analisar os exames mais adequados, antes de iniciar um tratamento com fins terapêuticos.
Se você tem alguma dúvida ou contribuição sobre o assunto, entre em contato conosco e faremos o possível para te responder rapidinho!
Até logo!